- 08/06/2022
- 15:54
A securitização, nos últimos anos, passou a ocupar um papel fundamental na alavancagem do mercado brasileiro, principalmente dentro do mercado imobiliário e agropecuário, setores essenciais para a economia do país.
Isso porque, a securitização remonta promove a ideia de criar e comercializar valores mobiliários. Na prática, essa é a origem do processo, porém ele vem evoluindo com o tempo junto com o mercado de capitais.
Dessa forma, podemos afirmar que a securitização é um procedimento pelo qual uma empresa, chamada de securitizadora, projeta um instrumento financeiro através da fusão de vários ativos e depois comercializa esses instrumentos para investidores.
Como pode perceber, existem diversas vantagens de abrir uma securitizadora. Caso o leitor esteja pensando em abrir a sua, preparamos este conteúdo completo para explicar como uma securitizadora funciona e o que você precisa saber antes de iniciar o negócio!
Como funciona o processo de securitização?
Antes de explicarmos o passo a passo de como abrir uma securitizadora, é preciso entender como esse mercado surgiu.
Antigamente a securitização era muito comum com títulos de hipoteca — a securitizadora compunha as hipotecas em um grande pool, dividindo este em partes menores com base no risco inerente de inadimplência de cada uma, e depois vendia essas peças menores aos investidores.
Dessa forma, com um título lastreado em hipotecas, os investidores individuais podem comprar partes de uma hipoteca como um tipo de título.
Contudo, a securitização vai além do mercado de hipotecas. Ela pode envolver o agrupamento de dívidas contratuais, como financiamentos para automóveis e obrigações de dívida de cartão de crédito, ou quaisquer ativos que gerem recebíveis.
Basicamente, o processo de securitização cria liquidez para empresas ao permitir que investidores menores comprem seus recebíveis como títulos mobiliários.
Ou seja, a securitizadora faz o agrupamento das dívidas contratuais e depois vende os direitos creditórios dessas aos investidores. Esse processo pode abranger qualquer tipo de ativo financeiro e promove liquidez no mercado.
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Quais os benefícios da securitização para as empresas?
A securitização fornece aos credores (empresas) um mecanismo para reduzir seu risco associado por meio da divisão da propriedade das obrigações de dívida.
Os investidores efetivamente assumem a posição de credor ao comprar os títulos, o que permite que o credor crie capital de giro e transfira os riscos do seu balanço.
Os investidores ganham uma taxa de retorno com base nos pagamentos de capital e juros associados que estão sendo feitos pelos devedores incluídos em suas obrigações.
Ao contrário de alguns outros veículos de investimento, estes são apoiados por bens tangíveis.
Além disso, à medida que o originador move a dívida para a carteira securitizada, isso reduz o valor do passivo mantido em seu balanço patrimonial. Com responsabilidade reduzida, eles podem subscrever empréstimos adicionais.
Se um devedor cessar os pagamentos de seu ativo, ele poderá ser confiscado e liquidado para compensar aqueles que detêm participação na dívida. Como outros investimentos, quanto maior o risco, maior a taxa potencial de retorno.
Por que abrir uma securitizadora?
Vale destacar que a pergunta “por que abrir uma securitizadora?” é interessante. Afinal, os bancos também podem antecipar recebíveis, mas possuem um processo diferente.
Ainda que não comprem as dívidas, bancos trocam os títulos, mas têm o direito de devolver aqueles que não forem pagos e receber tudo que foi antecipado com juros, caso não recebam o valor integral no prazo definido.
Além disso, na antecipação de recebíveis, incidem encargos como IOF e algumas taxas relacionadas à operação. Como o spread bancário costuma ser alto, a empresa pode perder muito na negociação.
Já as securitizadoras podem realmente cobrar taxas de mercado mais acessíveis, visto que não possuem tantos gastos com infraestrutura e manutenção. Algumas podem até operar 100% pela internet.
Além disso, como estão no mercado de investimentos, seu crescimento tende a acompanhá-lo e crescer no mesmo ritmo que o mercado cresce. As securitizadoras ainda podem diversificar seus serviços, o que é vantajoso para elas e para seus clientes.
Para efeitos legais, a securitizadora é normalizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e não pelo Banco Central, como outras instituições financeiras. Sendo assim, ela pode usar de mais flexibilidade na hora de cobrar por seus serviços de securitização, o que atrai mais clientes para seus serviços, pois ela:
- Não aumenta o índice de endividamento no balanço;
- Goza de mais divulgação no mercado de capitais;
- Usufrui de um spread de juros favorável;
- Paga baixos custos pela operação.
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